A Garganta da Serpente

João Cony

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O quê é o amor, afinal?
Essa pedra que com o tempo eu ponho sobre suas costas, em seus bolsos que guardavam suas mãos tranqüilas a tal dia me abraçarem enquanto eu as ignorava?
Esse todo de palavras em sacrifício?
Esse esperar unânime por mim?
Esse silêncio pungente descobrindo motivos imaginários para o caos?
Por que essa dor marginalizada, banalizada, sem razão que eu insisto em chamar de amor?
Essa pseudo-promessa - para mim implícita - nas suas palavras de que o amor chegaria e, ao chegar, curaria toda e qualquer dor?
Por que ainda tento medir o amor?
Dos sorrisos que eu espero, provocar o seu prazer.
Essa necessidade de encontrar a falta desse sentimento é o que me faz calar?
Mas eu estou sempre à sua procura!
O quê há de novo nisso tudo?
Esses bolsos vazios que aguardam suas mãos congeladas por minha falta de ato?
Quem acredita que eu ainda acredito no amor?
Desilusão a essa altura?
E a ciência de ter paciência?
E as trepadas?
E os fazeres amores?
Quem e quando?
Quem entende de amor?
Quando me ensinaram que eu precisava de proteção?
Como proteger o que me escapa entre os dedos?
Como sentir o amor meu livre para lhes libertar do meu sentir?


(João Cony)


voltar última atualização: 17/07/2009
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