Herança
Eu vi a semente da vida
Crescendo em verde esplendor
Dancei com as memórias perdidas
Misturando o veneno e o terror
Andei na terra dos mortos
Onde o vulto negro me encontrou
Pálido soprou estranhas palavras
Tristes maldições que me rogou
Fui ver o banco de madeira
Madeira morta sem nenhuma flor
Fui ver o quadro conhecido
Que tanto me trazia calma e horror
Era espelho da alma vazia
Sentimento emprestado por outro
Jornada vivida e conhecida
Por onde meu corpo jamais andou
(João de Carrara)
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