A Garganta da Serpente

Jocimar Álvares Bueno

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DESEJOS DEDILHANDO

Coro de sensações inebriantes
Emergem do meu ser em sexta
São alguns raros, breves instantes
Que felizes deslizam em festa

Chuva forte no asfalto tamborila
A mente viaja por descaminhos
O frescor da maturidade aniquila
O tempo ruim vivido sem carinhos

Árvores respingam liberdade
Passos sabem certeza do amor
Misturam-se sonho e realidade
É um adeus ao tempo do horror

E a doce dádiva do entusiasmo
Espraia arrepios pela nuca afora
Agradecido eu penso e pasmo:
Nunca foi como está sendo agora!

Antes a vida era um negro desaforo
Hoje linda e merecida homenagem
Todos os anjos cantam em coro
Nosso reencontro nesta viagem

A ternura bordando gestos amenos
Arrepios costurando velhas mazelas
Beijos desfragmentando todos somenos
Abraços cicatrizando antigas seqüelas

De repente, igual a jovem, me vi amando
Espantei-me com o meu não-espanto
Meus desejos ficam ágeis, dedilhando
Os belos poros gentis do seu corpo santo


(Jocimar Álvares Bueno)


voltar última atualização: 10/05/2007
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