A Garganta da Serpente

Jorge Alarcão Potier

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SONETO III

O tempo sopra rídulas na face
outras mais, acolá no pensamento.
Se o tempo ao menos, ledo, nos soprasse
para apagar as marcas... como o vento!

Se o tempo altas muralhas recriasse
impediria, sem qualquer lamento
que um outro tempo triste visitasse
almas fechadas, secas, sem tormento.

Mas o tempo é desigual, desumano.
Ora é veloz, ora é impassível
e uma hora até demora um ano.

A imagem tempo pode ser temível
porém nunca será previsto um plano
pois tudo nele é imprevisível.


(Jorge Alarcão Potier)


voltar última atualização: 13/03/2007
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