Noite Chuvosa
OH NOITE fria e horrenda,
Qual abismo de treva sem igual,
Minha alma entrego em oferenda
A Tua profana paz eternal!
Miríades de frias lágrimas ecoam,
Sincrônicas lamúrias singulares
Lançadas por nuvens que os céus povoam
Pálidas, eclipsando os brilhos estelares.
Deixais uma húmile lágrima minha
A teus pingos taciturnos se juntar,
Pois derramo-a co'a mesma calma estranha
Com que teus pingos estão a reboar.
(23-02-08)
(José Afonso de Paula Retto)
|