Confissões de um assassino

Mil palavras vem em minha mente:
Elas não me pertencem...
Vozes estranhas sussurram em meus ouvidos:
Coisas que não podem ser ditas...
O Desespero e a Dúvida corrompem minha alma:
Alma que já não me pertence...
Procuro por Amor para me purificar:
O Amor me foi negado...
Saio pelas estradas sem um destino certo:
Não posso mais voltar...
Eu sou meu o único amigo:
Eu já não existo...
Procuro respostas para minhas perguntas:
Só as Trevas me respondem...
As respostas tem um preço:
E o preço é alto...
Saio para pagar o que devo:
E levo meu machado...
Gritos ecoam pelas ruas vazias:
Gritos de dor...
O sangue quente escorre por minhas mãos:
Sangue de inocentes...
Sacrifícios feitos em honra de Deuses antigos:
Deuses que não existem...
Procuro por algo que já foi perdido:
E que não pode ser encontrado...

Procuro pela Vida:
Na Morte.

(José Afonso de Paula Retto)