Eu não sabia que me amavas tanto,
Ó meu Deus, ó meu Pai brando e bondoso,
Senão quando perdi ventura e gozo,
Esperança, alegria, sonho e encanto.
Então no meio de mortal quebranto,
Sem achar um momento de repouso,
Conheci quanto o amor é poderoso,
Quanto é puro e profundo, meigo e santo.
E se castigar-me não desistes,
E mandas que a tortura mais me aperte,
Rogo-te que de todo me conquistes;
Para, quando a alma às dores se converte,
Erguer ao claro céu os olhos tristes
E com maior ternura bendizer-te.
(José Albano)
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