JARRO INDÍGENA
Flechas guaranis vieram falar
da superfície e desses arvoredos,
da luz, ventre da noite e mãe do dia,
e do rio que dessedenta os homens.
A fim de desdobrar certos estados
na palavra, a mulher anela o barro
da tarde: jarro tecido em imagens,
alucinados arcos-cintilantes.
O real é um todo obscuro e triste.
Nele ouvimos as demandas dos homens,
ventos que guardam grandes mãos vazias.
Assim bradam as flechas guaranis,
entre o duplo no espelho acendem tempo
e espaço, sendo sempre o estradar.
(José Inácio Vieira de Melo)
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