FUNERAL
Assustadoramente toca o sino.
A morte, com seus ternos e tapetes
sensacionais, conduz, em caracóis,
dolentes multidões tão carregadas
de vozes que deságuam cemitérios.
Exposta a dor dos que ficam suspensos,
começam a florescer outros símbolos:
rosas brancas ressurgem nas lembranças.
Os pássaros da noite estão no vento,
vozes que vibram dentro do silêncio,
tumulto na frieza de uma lápide.
Na agonia de viver tudo morre.
E o mistério da vida desenvolve,
na morte, novas vidas em instantes
(José Inácio Vieira de Melo)
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