SOLTO NO UNIVERSO
Perdoe-me
pela pobreza de minha alma
Juro por Baco
que as minhas noites
nunca foram assim
Perdoe-me
pela insensatez do meu corpo
Juro pelo meu falo
que as minhas madrugadas
nunca foram assim
Vou desinventar o inventado,
tecnologia vil que nos aproxima
Vou quebrar o trinco da porta
pra você não entrar
Vou tocar tambor nas ruas
pra você não ouvir
as batidas do meu coração
Vou frequentar os prostíbulos
pra você não me achar
Vou quebrar meus dentes
e ficar demente
pra você não me olhar
E você...
Espero vê-la como antes
sempre bela e feliz
flutuando...
com seu cavalo-marinho
lado a lado
como sempre te vi
E que eu possa nadar sozinho
no meu sonhado mar
de sol e solidão
Um ponto de luz
solto no universo
Livre
para transitar
em qualquer dimensão
(Juá de Carvalho)
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