E AGORA, MARIA ?
Como diria Drummond,
E agora, Maria ?
Está sem amor
Está tão vazia
Está sem o tom
Pra melodia da vida
E seus anseios da alma
Suas letras de vento
Sua existência sem calma
Fuzilando o momento
Da paráfrase, na palma
Da mão do meu sentimento
E a imperfeição dos seus versos
Seus adjetivos perdidos
Seus advérbios imersos
Em labirintos sofridos
Dos sonhos diversos
Enlouquecendo os ouvidos
Como diria, Drummond
E agora, José ?
E agora, Maria ?
Tua vida não quer
A paródia vazia
Mas tu és feita de verso
Tu és, de fato, mulher
Em meio ao caos do universo
Na via-crúcis da luz sem tom
Na via-láctea da cruz vazia
E, como diria Drummond,
E agora, Maria ?
(Juliana Valis)
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