A Garganta da Serpente

Juliana Valis

  • aumentar a fonte
  • diminuir a fonte
  • versão para impressão
  • recomende esta página

E AGORA, MARIA ?

Como diria Drummond,
E agora, Maria ?
Está sem amor
Está tão vazia
Está sem o tom
Pra melodia da vida

E seus anseios da alma
Suas letras de vento
Sua existência sem calma
Fuzilando o momento
Da paráfrase, na palma
Da mão do meu sentimento

E a imperfeição dos seus versos
Seus adjetivos perdidos
Seus advérbios imersos
Em labirintos sofridos
Dos sonhos diversos
Enlouquecendo os ouvidos

Como diria, Drummond
E agora, José ?
E agora, Maria ?
Tua vida não quer
A paródia vazia
Mas tu és feita de verso
Tu és, de fato, mulher
Em meio ao caos do universo
Na via-crúcis da luz sem tom
Na via-láctea da cruz vazia
E, como diria Drummond,
E agora, Maria ?


(Juliana Valis)


voltar última atualização: 14/10/2006
10401 visitas desde 14/10/2006
Copyright © 1999-2020 - A Garganta da Serpente