A Garganta da Serpente

Jurema Barreto de Souza

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CICATRIZ

Beijo tua cicatriz
tua alma é minha.
Teus músculos distensos
em minha boca
gritam que a vida
é este mar de fúrias.
Teu sexo é uma taça
de vinho contemplativo
erguido em saudação
pelas almas anárquicas.
E entre o partir do trem
e o latido de um cão
as crianças cantam
uma ciranda líquida
ao entardecer
girando no cálice róseo
da tua alma, irmã da minha.
Bendita seja a palavra
adormecida e saciada
em nossos corpos de madrugada.


(Jurema Barreto de Souza)


voltar última atualização: 18/11/2009
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