A Garganta da Serpente

Kátia Drummond

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Poema Onírico

Convido-te a esquecer a ingloriosa labuta.
A passear prazerosamente pelo bosque.
Provar o doce sumo dos sapotis.
Deslizar na ribanceira sobre palhas secas.
Nadar na poça enlameada pela chuva.
Beber as gotas do sereno madrugal.
Deliciar-se com o doce azedo dos tamarindos.
Colher mangabas no pomar conventual.
Sentar sob o oitizeiro a ouvir cigarras.
Pisar, pés descalços, no tapete de sargaço.
Bordar delicados carneirinhos de nuvens.
Comer flocos de neve na floresta.
Brincar de roda e de peteca no quintal.
Bailar sob floridos caramanchões.
Conversar com as borboletas no jardim.
Lamber o mel dourado das abelhas.
Contar as estrelas cintilantes do céu.
Voar, mundo afora, nas asas do vento.

Convido-te a deitar comigo na relva.
Adormecer sobre o meu corpo cálido.
Entrar suavemente nos meus sonhos,
onde serás verdadeiramente feliz.

Até que a passarada anuncie o amanhecer...


(Kátia Drummond)


voltar última atualização: 30/12/2009
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