De Resto: O TripúdioNa garganta de quem está vivo, o lacerar da ética da submissão sai boca a fora; um único-particular momento de congratulação, no qual todos os seres imaginários se fazem inferiores: nossos braços se erguem e rouba-nos, na indecência pura, a lembrança divina e corporal; somos uma mente saltitante, sem tempo sem documento, reunindo as feições distorcidas dos nossos, não menos esquizofrênicos, vencidos rivais. Sejam eles físicos, sensitivos ou visionários. Mas é no desatar da forca prometida, no derrubar dos leões inimigos, que o antegozo precede o gozo que por sua vez é sobreposto por um relevante desregramento emocional. E toda essa euforia individual se transpassa pelos sofismas do sorriso, o olhar estupefato, no cintilar de um novo semblante o qual, pode-se jurar, parece não conhecer nem de vista a decadência, muito menos as desilusões amorosas. Estourem, então, as cervejas no meu peito, pois quero suprir esses alegres tragos com um beijo enamorado, e se conseguir, amanhã, na substantiva ressaca em tripudia, vencer vivo; e me arrebentar nas comemorações. (31/01/02) (Leandro Duarte) |