A Garganta da Serpente

Leinecy Pereira Dorneles

  • aumentar a fonte
  • diminuir a fonte
  • versão para impressão
  • recomende esta página

CAMINHO SÓ...!

Caminho,
Mas bem sei , que meus passos
Não vão dar a parte alguma,
Falo... E minhas palavras,
Parecem-me horrivelmente ocas,
Pois só, as podem escutar
Bem, os ouvidos de carne
E, não as almas vivas, superiores, altas demais...
E por demais longínquas...

Até as idéias se furtam,
Custa-me pensar... As palavras,
Ás vezes escapam e não querem,
Mais servir...
Balbucio, me atrapalho, enrubesço
E sou ridícula...
Tenho vergonha, os outros vão perceber.

Será que estou ficando louca?
Ou és tu, que queres isto?
Mas não seria nada,
Se não estivesse só.
Estou só...
Arrastaste-me para longe...
Confiei, eu te segui.
Mas por poucos momentos,
Caminhaste ao meu lado.

E, éis que em pleno deserto,
Em plena noite,
Bruscamente desapareces...
E eu... completamente,
Neste meu deserto da vida...
Caminho , só...


(Leinecy Pereira Dorneles)


voltar última atualização: 20/09/2005
5151 visitas desde 19/07/2005
Copyright © 1999-2020 - A Garganta da Serpente