Do céu e da terra
Vai subindo, subindo aeronave
Cruzar as linhas longas da saudade,
Vai indo, vai, numa curva suave
A nave embora – embora da cidade.
Some no céu, fechando a porta à chave
Das nuvens que atravessa e que ora invade,
Some dos olhos, some triste e grave
Por entre azuis de enorme claridade.
Pelos cimos do mundo as asas lança,
Ventos ferindo na amplidão distante
Que vista alguma já não mais alcança...
Sumindo além dos olhos, doravante
Será para esses olhos a esperança
Inalcançável, morta, delirante!
(Lenin Bicudo Bárbara)
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