A Garganta da Serpente

Lílian Maial

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AS VOZES DA POESIA

Que venham todas essas vozes da poesia,
Infernizar-me e blasfemar em meus ouvidos!
Pois que o poeta é um mensageiro da agonia,
E é nessa voz que há o despertar de ecos feridos.

Se tu te calas, calo em mim a melodia,
que os nossos verbos, sem as pautas, são perdidos.
E um simples verso no silêncio bastaria
para avivar esses poemas esquecidos.

Todas as rimas fazem coro na sarjeta,
alardeando que o poeta inexpressivo
perdeu o prumo, o calendário e a vil caneta.

Assim me calo, como tu, sem ter amor,
sem essa voz que acalmaria a borboleta
que se debate sem ouvir a voz da flor.


(Lílian Maial)


voltar última atualização: 19/01/2011
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