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procura-se
alguma poesia que se solidarize
com minha paixão sem nome,
meus mil naufrágios sem barco.
ainda ontem imaginei ter cruzado
com a solidão na esquina.
senhora magra, altiva
e bem arrumada,olhou-me de revés
e não mo respondeu o "boa noite"...
pensei que isto fosse o fim do Mundo!
qual nada! o Mundo continua...
e eu, cá, sem poesias que me falem...
porque ontem, senhores, a solidão
me negou sua palavra.
(Luciana Amâncio)
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