TAÇAS DE DESEJOS
Que bebida amarga,
Traz-me em taças de desejos,
Isso me estremece mais aquece a alma.
O tempo que norteia, e a mentira do vento,
Imagens torturantes que a paixão devora.
Há certo cinismo,
No ato e nas lembranças,
No peito padece,
E convida ao vício.
Torna -se profundo,
O que a memória tece.
O que será dos dias,
Petulantes e belos,
Cicatrizes fundas,
A ti marcar a face.
Que um curto espaço,
Abale-me o corpo.
Posso prever tudo,
Presságios e sermões.
Mastigar a língua,
Engolir a saliva.
Mistério maior,
Esconde-se no porão,
Na viga que sustenta,
Trava a implosão
(Lugo de Paula)
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