A Garganta da Serpente

Luis Eusébio

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ETERNO

Na ponta da minha língua bailarina
Guardo o gosto da tua boca-palco.
O visco e o sabor da purpurina
Delambida dos teus lábios-talco.

E conservo nos meus braços a medida
Do teu corpo desses tempos hodiernos
Em que juntos à chegada e partida
Inventávamos os minutos eternos.

Sendo eterno este amor indignado
Tanto eterna é a dor subjacente.
Sou o mesmo e o mesmo é dizer:

Estou contigo mesmo ainda que afastado.
Penso em ti mesmo agindo indiferente.
Busco em outras o que me deste de prazer.


(Luis Eusébio)


voltar última atualização: 17/06/2002
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