A Garganta da Serpente

Macabeu Samsa

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afim de me abster da crudelíssima prisão

afim de me abster da crudelíssima prisão
do sono que o cotidiano e sua dentição
de ferro lodo caos e lama lama e chão
consome e some a fome e a inanição

detenho-me no solo solo e quedo em combustão
inerte como inertes os planetas em deriva
pulsante como pulsa cada aurora gradativa
que a noite se nos anoitece mais a escuridão

desperto e tenho os olhos úmidos de vida
estanques minhas chagas ávidas as mãos
palpito tateando o incólume desvão

do verso em que me empombalho pássaro-artesão
no escuro em cujo qual me banho e origino
astuto desde o nada mais alheio ao meu destino

(Macabeu Samsa)


voltar última atualização: 17/08/2009
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