A Garganta da Serpente

Macabeu Samsa

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Chorumela nº 8

Fluoxetina, Seretide
Cafeína em doses mansas e persistentes.
O Chet a Nina o Miles.
A conta, a Paz a Vida.
Tudo isso não conheço sem olfato. Esta aridez no ar.
É inverno e além do mais…

- Silêncio para um solo de flugel horn -

Inventei a fossa, e agora?
Agora eu danço, equilibrista no cadarço do all star.
Agora eu penso no pró
ximo passo - Julho e musgo de carvalho,
cujo incenso é fluxo dos meus cachos pelo quarto vazio.

Existe uma palavra.
Procuro no infinito de uma fotografia velha:
Uruguaiana, perto do bosque dos jequitibás.
Eu em meu carro vermelho, pedalando. Tem uma criança que não conheço mais.
Estou sorrindo lá no fundo, no centro de tudo, eu existo.

- Existe uma outra coisa ali. Bem ali, perto da cor vermelha.
- Silêncio para um soluço.

Júpiter.
(Quando cheguei de lá, não sabia dizer um monte de palavras.
Hoje sei que elas são como um silêncio que a gente diz).
E cantar envolve certa força, mas eu tenho as vias dilatadas e por isso desafino.

Não fumo. Andei uma vez a cavalo, e foi como virar Centauro.
Fumo sim. Às vezes.
Conheci Bob Dylan tarde demais.

- Um trago.
-Quanto mais essa minha'sma compra?

Time and time again…
O Chet e coisa e tal.
É inverno, e além do mais…

(Macabeu Samsa)


voltar última atualização: 17/08/2009
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