Transa
A vida ganha um cheiro de luz
que artefaz tua langue silhueta
teu desenho brumado nas entranhas
quando lobo te preciso nua
e nua vertes tua música infinita
nos meu braços de silêncio,
em meus ouvidos.
Música que aprendestes
-atenta tua pele ao murmúrio das corolas inprevistas-
repousando teus sentidos sobre os grânulos
da película sensível dos poentes
quando morrias toda estrela enternecida
e desaparecias
sob a fuga de todos os pontos.
Na criptografia de nos alcançarmos,
inscrita em cada um
a pele,
a noite,
o tato,
hiperestexiados no impossível toque
nos esvaziamos de planetas esquecidos
e desertos nos abandonamos:
- bicho onírico
cujas cicatrizes se desejam entre si -
(Macabeu Samsa)
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