A Garganta da Serpente

Maiara Gouveia

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Alba

azul extenso e dentro, um sol rosado,
branco anil o céu, depois o leito
ainda em ondas o lençol acetinado

mas ao romper da noite ele partiu com meus gemidos,
ele partiu antes da noite terminar de todo,
e o leito ainda em ondas e o lençol acetinado

no meu corpo ondas tristes, e a noite nem findava
e o sol abria uma fenda branca no firmamento
e no lençol era dia, e ardia o vento frio da manhã

e aquele branco extenso e dentro, um vazio azulado:
o amigo se foi antes da noite sair
e o corpo anda frio abandonado

azul da noite quente de verão, um frio danado e branco
de manhã, quando a noite partira, ele partira ainda antes
as ondas acetinavam o lençol do corpo abandonado

e o leito anda em ondas, meu corpo findava o gemido
quando a noite chegava ao fim, e o dia azulado
amolecia o lençol acetinado sob a luz da manhã

e o frio do dia, de repente, ardia sobre as ondas do lençol
um sol rosado, branco anil o céu, depois o leito
em ondas anda extenso e dentro, o frio da manhã.


(Maiara Gouveia)


voltar última atualização: 30/10/2006
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