A Garganta da Serpente

Maite Schneider

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TRAVESSIA

Não sentindo,
chão para pisar.
Não vendo,
chão onde chegar,
vou caminhando sem rumo,
tendo a certeza de completar a travessia.

Não encontro lindas paisagens.
Não há céu azul a me seguir,
nem estrelas a me acompanhar.
Vou solitária,
(sozinha mesmo),
cumprindo a travessia que tenho que passar.

Não vou de passo em passo,
nem corro como os que me atropelam.
Devoro poeira,
me arrasto.

Sem saber onde chegar,
o lugar vai estar me esperando.
Único encontro certo que sei vou ter,
e do qual não poderei escapar.

Sou destino certo,
em lugar comum.
Sou destino certo,
de lugar nenhum.


(Maite Schneider)


voltar última atualização: 07/11/2005
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