Andanças
Gostando ou não aí está,
A vida amarelo-ouro, amarelada,
Com verde e sem esperança,
Curta e longa de andanças.
O ouro... se perdeu pelo caminho,
E o meu eu em tantos eus,
Já não queima mais o que antes era fogo,
Em verdade já nem sei se um dia mesmo ardeu.
O destino arteiro, menino,
Há muito também já se demonstrou
Legou-me o acaso, esse escroto marca-passo,
Nada mais planejo, nada sei do que virá.
E o que me resta? Saber que virá,
O que esperar? O agora embriagado;
Pensar a vida... entregar-se a morte,
O ouro que desbota, tempo que não vai voltar.
(Manoel (Du))
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