A Garganta da Serpente

Manoel Vicente da S. Neto

  • aumentar a fonte
  • diminuir a fonte
  • versão para impressão
  • recomende esta página

Deserto

O silêncio não me deixa dormir
o silêncio só grita que está só
o silêncio quer alguém para conversar
quer alguém pra versejar
quer alguém para velejar no seu mar
de ódio, de ópio, de desespero
de gritos contidos, de hímens rompidos
choros incontidos, de almas corrompidas!

O silêncio só grita
o silêncio só chora
levem a dor embora

O silêncio não quer calar,
o silêncio quer falar!

Nas ruas entre quatro paredes imaginárias
em casa entre quatro paredes de concreto
se apaga a luminária

O silêncio corre,
o silêncio sofre,
o silêncio morre!

Ê no silêncio que eu sempre desperto
é no silêncio que eu sempre,

Deserto!


(Manoel Vicente da S. Neto)


voltar última atualização: 03/07/2009
6915 visitas desde 03/07/2009
Copyright © 1999-2020 - A Garganta da Serpente