A Garganta da Serpente

Marcela Zaroni

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Série: Desencontro

I

"Trouxe de volta a poesia a tua vida
e toda melancolia que ela evoca.
Trouxe de volta a lágrima
que brotou timidamente de tua face.
Trouxe na sacola das loucuras,
a minha vida, me trouxe...
Na despedida, larguei-a a teus pés,
partida."

II

"O passo largo não posso dar
Minhas pernas estremecem, frágeis
pois me embreago em meus devaneios. Por nada.
Meu vôo breve não posso dar
Falta-me ar no peito,
a dor me penetra, o vento me vence. Desgraça.
O meu coração não posso dar
Ele não mora em mim,
está perdido numa dessas ruas sujas da cidade.
É aquela flor amarela,
que você pisou outro dia. Esquecida.
Mas minha ilusão, ao menos, já é sua
São essas palavras gratuitas, jogadas
e que já não querem mais nada,
nem de mim, nem de ti."

III

"O que te seduz é brilho de estrela que partiu, brio."

IV

TROCADILHO

"Ele me quis ter entre suas rimas
quis minha métrica, por-me regras...

(Não sou poesia, nem sou poeta)

Moro nos erros e acertos.
Sou palavra que lhe foge...a regra!

"Inalcançada...inacabada...insaciada?"

- Nada!"

V

QUASE POEMA

"O meu quase não é limite para você
porque só posso estar viva assim,
pela metade.
Sei que não basta para saciar sua fome
Que não basta para amar.
Mas se algo de mim partiu,
deve ser porque está em busca
ou que já não exista mais"


(Marcela Zaroni)


voltar última atualização: 11/01/2002
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