Ela sou eu
Não sabe-se ao certo,
provavelmente ela morra...talvez se entregue à sons maravilhosos,
ensurdecedores navios de prata.
Eu não gosto dela, de igual forma ela não
gosta de minhas mãos.
Houve faltas e inigualáveis reparações.
e mesmo assim nada foi ajustado.
Um dia nos deram chances prescritas,
num outro transamos sem fazer barulho.
Ela continua ali ao lado,
mostrando as orelhas e tirando pulseira
na sombra de suas olheiras vermelhas.
Ela sou eu.
Ela é o que eu devia ter sido.
Minha convivência infantil.
Meu medo.
Minha falta.
Ausência dele, ela sou eu.
(Marcel Du Poenti)
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