A Garganta da Serpente

Marcel Du Poenti

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Ela sou eu

Não sabe-se ao certo,
provavelmente ela morra...talvez se entregue à sons maravilhosos,
ensurdecedores navios de prata.
Eu não gosto dela, de igual forma ela não
gosta de minhas mãos.

Houve faltas e inigualáveis reparações.
e mesmo assim nada foi ajustado.
Um dia nos deram chances prescritas,
num outro transamos sem fazer barulho.

Ela continua ali ao lado,
mostrando as orelhas e tirando pulseira
na sombra de suas olheiras vermelhas.

Ela sou eu.

Ela é o que eu devia ter sido.
Minha convivência infantil.
Meu medo.
Minha falta.
Ausência dele, ela sou eu.


(Marcel Du Poenti)


voltar última atualização: 03/07/2007
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