A Garganta da Serpente

Marcello ShytaraLira

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QUIMERAS INSANAS

Nasci para ser imatéria
Nos corações humanos abstrato
D'uma só silaba maior que a dor

Como o sol descobre as sombras
Os ventos as desfazem deixando novamente
Transparentes as marrons terras d' o meu caminhar...

Assim sigo em minha loucura sem precedentes
Nada de prece e em descanso os dentes
Para não me degustar antes do tempo

Pois o sabor de meu conjunto é fel:
Idéias ininteligíveis d'um mundo mal concebido
Corpo disforme produzido pelo famigerado próprio meio

Ah! Adoráveis minhas lentes
Meus amores masculino femininos
chicotearam-me até a exaustão:

Os abstratos foram os que mais machucaram
Continuaram me flagelando mesmo depois
Guerra perdida na tentativa de materializá-los

Os reais em almas e corpos de mulheres
tornaram-se feridas incicatrizáveis em meu
Asceta Herege e Humilde Coração Poeta

Que vive a obsecrar a quem possa purgá-lo:
Perdoai todos meus atos virados fatos
Alguns pelo medo ao me sentir inferior

Outros... Meras quimeras insanas
Trazer de meu âmago e ser Deus
Para reformular o consciente coletivo

Ah! Adoráveis minhas lentes
Hoje não mais consigo ver essa gente
Se oculta no destino escrito nas linhas tortas

Estou febril e o suor vela meu corpo
Minh'alma enquanto desmaterializo delira a promessa feita

"A de amar mesmo sequioso esse povo por morte"

(Sampa 04/03/2009)


(Marcello ShytaraLira)


voltar última atualização: 30/09/2009
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