A Garganta da Serpente

Marcelo Alves

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A Poeira e a Ferrugem
A vida é assim...
Passageira e fugaz
Geração vai, geração vem
E tudo se desfaz

O sol se levanta, se põe
E o mundo permanece
Da mesma maneira
Tomado por ferrugem
Coberto de poeira

Sempre haverá
Estrelas no céu
Sempre haverá o mar
Que bebe de todos os rios
Não transborda e nem se embriaga

Sempre houve
Sempre haverá
Ouvidos não se fartam de ouvir
Olhos não se fartam de olhar

Além dos viadutos e dos trilhos
A poeira e a ferrugem te consomem
Ofuscando o seu brilho

O caminho incerto
Sem nexo e sem rumo
Deixa sem alma
Tira do prumo

Você construiu palácios de marfim
Plantou vinhas, fez jardins
Acumulou prata e ouro
Mas o a força do seu tesouro
Não o deixa dormir

Além dos viadutos e dos trilhos
A poeira e a ferrugem te consomem
Ofuscando o seu brilho

Perdeu o sentido da vida
Montado em seu cavalo de aço
Escravo, sedento
Correndo atrás do vento

Além dos viadutos e dos trilhos
A poeira e a ferrugem te consomem
Ofuscando o seu brilho

O que Ferrugem enegrece
A Poeira embranquece
Por mais que você queira
Se debate inutilmente

Há tempo para nascer
Há tempo para morrer
Há tempo certo para tudo

Excesso de absurdo
A consciência é quem diz
Vista um par de luvas brancas
Vem ser livre e ser feliz

Além dos viadutos e dos trilhos
A poeira e a ferrugem te consomem
Ofuscando o seu brilho

(13/01/1989 - 09:23, com adaptações feitas em 18/02/2007 - 09:26)


(Marcelo Alves)


voltar última atualização: 26/05/2007
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