A Poeira e a Ferrugem
A vida é assim...
Passageira e fugaz
Geração vai, geração vem
E tudo se desfaz
O sol se levanta, se põe
E o mundo permanece
Da mesma maneira
Tomado por ferrugem
Coberto de poeira
Sempre haverá
Estrelas no céu
Sempre haverá o mar
Que bebe de todos os rios
Não transborda e nem se embriaga
Sempre houve
Sempre haverá
Ouvidos não se fartam de ouvir
Olhos não se fartam de olhar
Além dos viadutos e dos trilhos
A poeira e a ferrugem te consomem
Ofuscando o seu brilho
O caminho incerto
Sem nexo e sem rumo
Deixa sem alma
Tira do prumo
Você construiu palácios de marfim
Plantou vinhas, fez jardins
Acumulou prata e ouro
Mas o a força do seu tesouro
Não o deixa dormir
Além dos viadutos e dos trilhos
A poeira e a ferrugem te consomem
Ofuscando o seu brilho
Perdeu o sentido da vida
Montado em seu cavalo de aço
Escravo, sedento
Correndo atrás do vento
Além dos viadutos e dos trilhos
A poeira e a ferrugem te consomem
Ofuscando o seu brilho
O que Ferrugem enegrece
A Poeira embranquece
Por mais que você queira
Se debate inutilmente
Há tempo para nascer
Há tempo para morrer
Há tempo certo para tudo
Excesso de absurdo
A consciência é quem diz
Vista um par de luvas brancas
Vem ser livre e ser feliz
Além dos viadutos e dos trilhos
A poeira e a ferrugem te consomem
Ofuscando o seu brilho
(13/01/1989 - 09:23, com adaptações feitas em 18/02/2007
- 09:26)
(Marcelo Alves)
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