A Garganta da Serpente

Marcelo Domingues D'Ávila

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BAGDÁ

Que luzes são essas
Que mancham a terra
De sangue e fumaça?
Estrela às avessas -
Um filho que berra -
A vida que passa!

E os uivos na noite
Que calam as sombras -
Cantar de sereias?
A marca do açoite
Na fome das bombas
Deflora as areias.

O berço da vida
Rasteja à mingua,
Curvado, exangue.
E a águia maldita
Estende sua língua
Coberta de sangue.

Senhores ilustres
Em gritos de Hurra
Rasgaram tratados
Deixando os abutres
Encherem suas burras
Com o ouro roubado.


(Marcelo Domingues D'Ávila)


voltar última atualização: 11/09/2003
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