A Garganta da Serpente

Marcelo Domingues D'Ávila

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INTROSPECÇÃO

Às vezes serei silêncio
Na intimidade do tempo
Colhendo restos de sombras
Na fúria cega dos ventos.

Às vezes serei ausência
No rumo incerto da história
Perdido entre labirintos
Na insensatez da memória.

Às vezes serei deserto
Na inconstância dos anos
Juntando estrelas cadentes
Nos confins dos oceanos.

Às vezes serei poeta
Nas entrelinhas da lei -
Serei lembrança perdida
Dos sonhos que abandonei.


(Marcelo Domingues D'Ávila)


voltar última atualização: 11/09/2003
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