Consolo
Claras posições de um luto
Que isolado me pus a dispor
Melhores intenções de um triste culto
Para um processo da história compor
As frias ilusões tão abaladas
Reportam-me ao mistério de vontade
Já ficam por aí bem demonstradas
O surto e nas ações desigualdade
Uma chuva de promessas interrompe
O natural caminho do crescer
Na cidade de ferro o aço rompe
A gravata distinta do poder
Um frenesi de carta de baralho
De alusiva e notável mansidão
Fez jogar vadio sobre o assoalho
Minha preguiça vestida de roupão
Continuo indiscutível e imponderado
A solver alusões e a comparar
A atual situação do empregado
Que não tem incentivo a trabalhar
Morre aqui a injustiça que é pretérita
Para que socorra o cidadão assalariado
Que transforme tal política inepta
Em projeto de sonho reformado
(Marcelo Portuaria)
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