A Garganta da Serpente

Marcelo Portuaria

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Golpe do redentor

Eu vi o céu de novo brilhar,
vi radiosa a imagem do santo efervescente,
e todos cantavam.
Todos os marcos comemorados com areia e espuma,
mas não havia mar.
Vi os insetos chilrearem desenfreados,
mas não era folia.
Somente sobre o lugar tinha eu expectativa,
e outros eram a alegria em brio.
Ouvi bem de perto beatos que a liturgia regiam.
Uma paixão era a pétala e um único amor era a flor.
Arremessaram o bordão com o salmo da boa vontade,
a túnica no corpo das horas,
fez a voz daquele Senhor estrugir,
com palavra de ordem e sonho,
que consagrou em certo germinar.
Mas não vi só uma história,
vi um testemunho de vida,
que conduz o coração à luz,
e se dá a esperança reluzida.
Ó cavaleiro da esperança,
como disseste com vigor ao povo,
abro meu presente comum,
com os dentes de marfim ensangüentados.
Por um nome apostaram o mundo,
e eterna se dá tal palavra.
Tão fugaz foge da cruz o estadista,
e tão fiel o cego aposta em ti senhor.
Mas chove,
a aliança é o pedaço do futuro,
e a romã desmanchará na boca do cidadão,
pro regresso do sol falta pouco,
e com a estrela de ouro virá a justiça,
que não será pagã nem caridosa,
mas terá o diadema da revolução.


(Marcelo Portuaria)


voltar última atualização: 07/08/2007
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