A Garganta da Serpente

Marcimedes Martins da Silva

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Dialética do beijo


O beijo que me liberta
Prende-me na oferta
O beijo que me procura
Esgota-me na usura

O beijo que me cala
Rouba sua fala
O beijo que me treme
Ajoelha quem me teme

O beijo que jogo fora
Tem valor na mesma hora
O beijo que tanto guardo
Não tem valor no mercado

O beijo que você despreza
Tem quem queira com reza
O beijo que você evita
Alguém espera com boca aflita

O beijo que você rejeita
Outra aguarda na espreita
O beijo que você recusa
Eu guardo, outra usa

O beijo que você espera
Não tem serventia
No mercado da quimera
É a sua mais valia


(Marcimedes Martins da Silva)


voltar última atualização: 23/11/2000
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