PORMENORES
Sangro
umidescas gotas
de
Dantesco galope
por
entre as linhas retorcidas
que
me lograstes
Ardo
febril
a
face pálida
precipitada
ilusão da qual acordei
e
me fiz cético desvairado
em
meu concretismo abstrato,
meu
tempo e alma lançada a fogo
Breve
a porta de minhalma
em
gestar matéria de minhas rugas
E
já que tem pressa, a vida
como
a traça ao papel
serei
a essência, o pecado, o poema
atado
ao desejo, entre ídolos e obras
vadio
ao deserto de hipóteses
sem
travesseiro, sem sono
fluindo
feito droga
doce
qual Vinsanto iguário
gargalhando
travessos verões
Sinto
o sofrer do tempo
à
minha mão pesada,
fazendo-me
inferno o artnoveau
hedionda
estrutura de mil espelhos
onde
ferrões travam íntima cirrose
com
gosto de derrota
As
lições da infância
busco
persuadi-las
ou
largo-as ao vento
Sem
me interrogar
ao
que o mar traz a praia
meço
a imagem a um breve clarear
relendo
o argiloso arquiteto
à
olhos cegos
(Márcio Coutinho)
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