A Garganta da Serpente

Marco Antônio de Araújo Bueno

  • aumentar a fonte
  • diminuir a fonte
  • versão para impressão
  • recomende esta página

Reformacróstica

Rebenta o sol na terra adormecida
Enquanto ainda dormem seus senhores;
Fingindo-se de homem pela vida
Omite a dor num manto de labores.

Rasteja-se no campo qual ferida
(Mais há no campo a cana do que flores)
Até que chegue a hora da comida,
Aguada e fria em perda e sabores.

Graceja e canta, pois que a "vida é bela",
Rogando aos céus apenas por saúde
Até que a morte o venha, enfim, colher...

Retoma a sua cruz num gesto rude,
Inerte, pois que desconhece ainda
A hora em que nem saberá comer.


(Marco Antônio de Araújo Bueno)


voltar última atualização: 10/05/2007
5327 visitas desde 15/08/2006

Poemas deste autor:

Copyright © 1999-2020 - A Garganta da Serpente