A Garganta da Serpente

Maria Hilda de J. Alão

  • aumentar a fonte
  • diminuir a fonte
  • versão para impressão
  • recomende esta página

O REVERSO DA ROSA

Quem vê a rosa tão inocente,
Não imagina a sua força
De ferir a quem imprudente
A sua haste afague ou torça.

É o espinho! Reverso da rosa,
Incrustado no caule da flor!
Simples, mas de atitude belicosa,
Defende a rosa causando dor.

Rosa vermelha ou amarela
Bailando ao vento exala forte
O perfume característico dela
Lembrando a boa ou a má sorte.

Embriagada me vem um desejo
De roubar da flor desabrochada,
Como de uns lábios, ardente beijo,
O espinho me fere, ela ri debochada.

Diga-me magnífica rosa:
Por que te nasceu tanto espinho?
Defesa? Ou atitude caprichosa
De quem finge não querer carinho?

E fico olhando em seus galhos
A armada entre folhas pequeninas,
Imaginando do inimigo o atrapalho
Evitando-a como se fosse mina.

É esse reverso que me intriga!
Mas não devia me causar espanto,
Porque a dor de amor me instiga
A ter, como ela, espinhos por todos os cantos.

(14/08/07)

(Maria Hilda de J. Alão)



voltar última atualização: 24/11/2007
10039 visitas desde 03/05/2007
Copyright © 1999-2020 - A Garganta da Serpente