A Garganta da Serpente

Maria Hilda de J. Alão

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AMANTE DO MAR

Amante insaciável
Ele a toma nos braços,
Seus beijos violentos
Fazem-na gigante passivo.
Macula a pureza da alma
Com o sal da sua língua,
Rasga as suas entranhas,
Expõe os seus mistérios
Com a força do seu desejo.
As conchas guardam em si
Os rugidos das feras selvagens
Não deixando que se percam
Na poeira fina do tempo.
Rolam, avançam loucos de paixão,
Por deltas, continentes e ilhas,
Atados num forte abraço
De prazer infinito
Deixando por onde passam
Estrelas e pérolas de vida
Nascidas do longo coito
Abençoado pela natureza.
Depois de tanto gozo
À luz do sol ou da lua,
Ela ratifica seu amor
Entregando seu corpo
À tumba da praia arenosa
Para renascer da espuma
E ser novamente Onda
A eterna amante do Mar...

(Maria Hilda de J. Alão)



voltar última atualização: 24/11/2007
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