A Garganta da Serpente

Mariana Higa<

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Sem ar, sem lar...

Nem mesmo a lua seria meu lar...
Nem mesmo os jardins verdes da tua alma poderíam me acolher.
Nem mesmo os labirintos da sua mente...
Nem mesmo sua coragem, teu sangue quente, sua vontade de amar....
...Nem mesmo você poderia entender o que é um lar.

Eu moro na sua memória,
em teus passos subliminares....

Engatinho no perigo das ruas crepitantes de fogo...
Eu choro, eu canto, eu deslumbro a escuridão.

Por mais que eu fujo,
Sou eu quem a chuva molha mais.
É em mim que o vento conjura sua ira.
...É em mim que o sol desloca seus sentimentos.
Sou eu,a propagação do mundo e da solidão.

Se hoje eu morresse, jamais teria um lar.
Viveria na memória escura e sufocada.
Sim...você me veria,
Mas eu seria apenas mais uma alma chorosa vagando pelo martírio,
Vítima das soluções que não chegam,vítima daquilo que se chama tristeza.

Deixe-me entrar, deixe-me fazer parte da sua vida.
Deixe-me procurar um lar dentro de você.
Deixe-me contemplar nossos sonhos, nosso futuro...
Permita-me simplesmente morrer...
Morrer amada por quem amo....

(30 de maio de 2001)


(Mariana Higa)


voltar última atualização: 28/10/2001
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