A Garganta da Serpente

Mariano da Rosa

  • aumentar a fonte
  • diminuir a fonte
  • versão para impressão
  • recomende esta página

?! (Auto-Expressão)

De repente o Grito do Silêncio. Sem rosto
Os lábios sem nome cospem em minha boca
Um beijo. Verbosa língua da paixão: Óóóóóó!...
Sou Idéia. Procuro o teu corpo nu. Signo

Do desejo. Ideograma da solidão.
Hieróglifo de um labiríntico nicho:
Imaginação. Meu coração te possui
Como o último sobrevivente da espécie.

Das carícias acordes de guitarra são
Teus sussurros - milhões de gotas de música -,
Enquanto mastigas as sílabas dos verbos,
Da gordura aos nervos de cada verso esdrúxulo!

As tuas formas míticas em minhas mãos
De vilão. Pranto e suor tornam-se uma poça
De húmus, um poço de sede. Um passo. Posso
Em deusa, escrava ou prostituta transformar-te?!

Não importa, desde que eu seja teu, Ó Musa,
Santuário Onírico, Vertigem da Alma!
Até quando serás o catártico e nigma
De uma autogestação sadomasoquista?!

(extraído de "Húmus" - inédito)


(Mariano da Rosa)


voltar última atualização: 06/04/2009
11338 visitas desde 05/09/2006
Copyright © 1999-2020 - A Garganta da Serpente