A Garganta da Serpente

Maria Vilhena

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OXYMORON

Oxymoron
"Figura de retórica que consiste em associar palavras de sentido contraditório como inocente culpa"

através do silêncio do mar batido por ondas passageiras
desembocando numa fina areia de memórias
o canídeo corre no livre pensamento sacudindo o latir pelas esteiras
espalhadas no tapete branco já amarelo num chão macio vago de inglórias
estás em pé sentindo o frio ranger do vento
preferias talvez ficar sentado amanhecendo com o pôr-do-sol nupcial
num olhar perdido pelo horizonte unindo o céu à terra o método com o talento
abres os braços sentes na voz um grito prestes a soltar o ser natural
lembrando-te de viva aparência o cheiro a canela trivial
em arbustos pertos na razia falésia no perigo iminente da perdição
a lua tem uma face espantada, desenhas os olhos, nariz, lábios, parou espantado o animal…
na perfeita harmonia da natureza concepção
o teu olhar fixa o anseio numa insistência
são especiais as palavras notas a fraqueza do forte barricado
perdido numa sombra descolorida na vaga carência
falsa alegre dor num azul celeste branco caiado
aproxima-se a noite no dia terminado
fechas os olhos acordando com o beijo desejado…

(Lisboa, 26- VI- 2005)


(Maria Vilhena)


voltar última atualização: 22/07/2005
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