A Garganta da Serpente

Marisa Muniz

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Sublime Amor

O amor que vejo...
O amor que sinto...
O amor que desejo...

O amor que vejo está no encontro
da lua com o mar.
Sua forte luz espelhada,
cria um espetáculo singular
diante do meu olhar.

O amor que vejo está
no frondoso jacarandá
Que ao leve toque do vento
Mansamente se põe a dançar.

Se é para um jardim que direciono meus olhos
Vejo o amor na incondicional entrega das flores
Se borboletas as beijam,
E disputam seus olores
Com os ligeiros beija-flores
Não morrem, nem perdem as cores
Apenas trocam amores.

Também posso ver o amor
No canto dos pássaros nas árvores
Constante e variada eufonia, se faz
Parece suplicar pela harmonia
Como num grito de euforia
Compõe um hino à paz.

Ainda vejo o amor
No doce sorriso de uma criança
Não há nada mais puro e verdadeiro
Faz-me entender o sentido
Da palavra esperança.

O amor que sinto
Nem sei como explicar
Só sei que, se com o amor sou feliz e canto
Sem ele me desmancho em pranto
Se posso deixá-lo partir, pronto.
Também, amarrá-lo posso
E se ao me prender, me perco
Ao tentar escapar, encontro-o
E nesse embaraço que faço
Num simples descompasso me desfaço
E como que por encanto
Junto pedaço por pedaço
E sem pensar, nem hesitar
Me entrego
Me rendo
me enlaço.

O amor que desejo
Está além do que vejo.
E, sinto muito, muito
não vê-lo em todas as pessoas.
Falo da caridade
Pela calada sociedade
Que anseia por gestos de bondade
Não posso ver o amor
Onde impera a crueldade
Onde em nome da "verdade"
Mata-se, sem a menor piedade,
Até a sombra da felicidade.
Porém, sinto que o amor que desejo
Ver no coração da humanidade
Depende da força de vontade.
Se cada um puder aprender
Com o brilho da lua,
Com a graça das flores,
Com o canto dos pássaros,
E com o sorriso das crianças
- verdadeiros mensageiros do amor -
então poderei dizer
que o amor que desejo
é igual ao que sinto e vejo.
Sublime é o amor!

(Marisa Muniz)


voltar última atualização: 03/05/2010
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