VIDA
Espartanos, partamos co'a benção materna,
Partamos que a guerra é vida, é luta
É luta renhida de dor e prazer
Que se dá à santa e usurpa da puta,
Se a trégua da morte vem arrefecer.
Nos campos sangrentos do ódio e do amor
Caminho entre mortos que pensam viver...
Partamos que o parto é a essência da vida.
Constantes estamos na hora da partida
Com um pouco de pena... saudade sentir...
No pouco do sonho que espera o porvir
Vivemos partindo entre a flor e a espada
Partindo o pão, repartindo a estrada
Em busca do branco dia a nascer,
Medrosos da noite forçada a vir
Trazendo o leito, o baile, a festa,
O canto, o poema, a história sem fim...
Glória aos benditos que alcançam a meta
Réquiem à derrota de quem só diz sim
E vivas àquele que sobreviveu
À luta renhida de dor e prazer...
...Até quando, poeta?...
(Maristel Dias dos Santos)
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