Soneto da solidão
Invadido por imensurável loucura
Penso no fim de minha vida
Quero minha morte escrita
Extinguir-me sem censura.
Sendo eu uma sofrente criatura
Com interminável existência lida
Solidão aflorada e sentida
Uma vontade de viver crua.
Fugindo de mim mesmo permaneço
Contemplando o infinito no presente a pensar
Do amor que a vida me negou não esqueço.
Distante e oculto em negra neblina
Imóvel silencio o meu cantar
Sabendo que não mais posso tua beleza louvar.
(Marquês de Passibilis)
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