À SUPREMA MAGICATURA
A inferir a razão dos crimes torvos,
que o "sistema legal" tolera impune,
em meu andar insurreto absorvo,
plenos pulmões, o ar da noite ilune.
Tem as asas sinistras, qual um corvo.
o carrasco frio, cuja espada zune,
aniquilando os que lhe são estorvos,
para que ninguém mais o importune.
Maldito tribunal, onde a injuria,
é um esteio central na corte espúria,
que só outorga direito ao opressor.
A injustiça me punge e minha face,
vê no "supremo" recinto o disfarce:
O hodierno Procusto e o pavor.
(Martinho Ferreira de Lima)
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