A Garganta da Serpente

Martinho Ferreira de Lima

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A TEMPESTADE

No mar revolto da vida, em turbilhão,
Arrebatou-me com ímpeto a tempestade,
Deixando-me à latitude da negra solidão,
E à longitude cruel de uma saudade.

Subjugado aos ventos da desilusão,
Extraviou-se meu ser na imensidade,
E procurando refúgio ao coração,
Clamei às forças do céu e à potestade.

Mas só nas noites provinha a calmaria,
Num doce abraço profundo e amiúde,
Que os devaneios do sono me trazia.

Hoje em dois mundos vivo a coexistir;
Nessa tormenta sem fim da solitude,
E na miragem que vem me consumir.


(Martinho Ferreira de Lima)


voltar última atualização: 29/04/2008
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