PARÁBOLA
Uma estrela noturna
e grave impede o
movimento que agora
está para sempre oculto
- preso somente na intenção
de um gesto vencido.
Desassombrado, recolho
das ruínas duas
auroras invictas.
Recrio o universo
com passos de areia
e legendários escombros.
Um elemento grávido
de rara luz me oferta
olhos e águas sem
violência.
Possivelmente uma
saída me espreita
nas mãos do
derradeiro mito:
sou algo que vaga
entre
o Gênesis e o Nada.
(Mauricio Duarte)
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