A Garganta da Serpente

Mauro Gouvêa

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Poema do desespero

Alguém bate à minha porta
e minha casa está vazia,
meu corpo oco, minha alma morta,
só existe noite em meu dia.

A mão que bate é firme e forte
e seu bater é insistente,
mas não estaca o feio corte
dos meus pulsos, espírito e mente.

A água goteja da torneira
no ritmo do meu fluído vital
vejo em preto e branco minha vida inteira
e não distingo o bem e o mal.

Este ser humano de quem assisto a morte
está cansado deste caminho
bebam pois à minha sorte
meu sangue, amargo vinho.

Estou trancado em minha despedida
os gritos parecem eco distante
escolhi neste instante da vida
a morte, definitiva amante.


(Mauro Gouvêa)


voltar última atualização: 05/11/2007
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